sábado, 29 de setembro de 2012

Biografia de Hebe Camargo

Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, mais conhecida como Hebe Camargo ou simplesmente Hebe (Taubaté, 8 de março de 1929 – São Paulo, 29 de setembro de 2012)foi uma apresentadora de televisão, atriz, humorísta e cantora brasileira, tida como a "rainha da televisão brasileira". Ravagnani é seu sobrenome de casada. Morreu no dia 29 de setembro de 2012 por uma parada cardíaca em São Paulo. Início da Carreira Nascida em Taubaté, filha de Esther Magalhães Camargo e Segesfredo Monteiro Camargo, Hebe teve uma infância humilde. Na década de 1940, formou, com sua irmã Stella Monteiro de Camargo Reis, a dupla caipira "Rosalinda e Florisbela". Seguiu na carreira de cantora com apresentações de sambas e boleros em boates, quando abandonou a carreira musical para se dedicar mais ao rádio e à televisão. Hebe ajudou o grupo que foi ao porto da cidade de Santos pegar os equipamentos para dar início a primeira rede de televisão brasileira, a Rede Tupi. Foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira, no bairro do Sumaré, na cidade de São Paulo, em 1950. No primeiro dia de transmissões da Rede Tupi, Hebe Camargo viria a cantar no início do TV na Taba (que representava o início das trasmissões) o "Hino da Televisão", mas teve que faltar ao evento e sendo substituída por Lolita Rodrigues. Hebe faltou à cerimônia para acompanhar seu namorado na época em uma cerimônia na qual seria promovido. O programa Rancho Alegre (1950) foi um dos primeiros programas em que Hebe participou na TV Tupi de São Paulo: sentada em um balanço de parquinho infantil Hebe fez um dueto com o cantor Ivon Curi. Tal apresentação está gravada em filme e é considerada uma relíquia da televisão brasileira, uma vez que o videotape ainda não existia e na época não se guardava a programação em acervos, como atualmente. Em 1955 Hebe deu início ao primeiro programa feminino da TV brasileira, O Mundo é das Mulheres, onde chegou a apresentar cinco programas por semana. Em 1957, Hebe, originalmente com os cabelos escuros passou a se apresentar com os cabelos tingidos de louro, os quais tornaram-se uma de suas marcas registradas. Em 1964 a apresentadora abandonou o programa para casar-se com o empresário Décio Cupuano, união da qual nasceu Marcello. Em 1960 é contratada pela TV Continental para apresentar Hebe Comanda o Espetáculo, cuja edição especial em 1961 é lançada em disco. Em 10 de abril de 1966, vai ao ar pela primeira vez o seu programa dominical homônimo Hebe Camargo, acompanhada do músico Caçulinha e seu regional TV Record; o programa a consagrou como entrevistadora e a tornou líder absoluta de audiência da época. Durante a Jovem Guarda muitas personalidades e novos talentos passaram pelo "sofá da Hebe", no qual eram entrevistados em um papo descontraído. Seus temas preferidos na época eram separações, erotismo, fofoca e macumba. Logo depois, a apresentadora Cidinha Campos veio ajudá-la nas entrevistas. Hebe também arranjava tempo para o seu programa diário na Jovem Pan - Rádio Panamericana. Hebe passou por quase todas as emissoras de TV do Brasil, entre elas a Record e a Bandeirantes, nas décadas de 1970 e 1980. Na Bandeirantes, ficou até 1985, quando foi contratada pelo SBT. SBT Em 1986, Hebe foi para o SBT, onde apresentou três programas: Hebe, no ar até 2010, Hebe por Elas e Fora do Ar, além de participar do Teleton e em especiais humorísticos, como um quadro do espetáculo da entrega do Troféu Roquette Pinto, Romeu e Julieta, em que contracenou com Ronald Golias e Nair Bello, já falecidos, artistas que foram grandes amigos da apresentadora. O programa Hebe entrou no ar em 4 de março de 1986. Entre 1986 a 1993, o programa foi ao ar nas terças-feiras. Em 1993, migrou para as tardes de domingo. No ano seguinte, foi para a segunda. Durante um período, foi exibido aos sábados. A apresentadora recebe convidados para pequenos debates e apresentações musicais: todos se sentam em um confortável sofá, que é quase uma instituição da televisão brasileira. Em 1995, a gravadora EMI lançou um CD com os maiores sucessos de Hebe. Em 1999 voltou a lançar um CD. Em 22 de abril de 2006 comemorou o 1 000º programa pelo SBT. DVD "Hebe Mulher e Amigos" Em 2010, aos 81 anos, Hebe Camargo gravou seu primeiro DVD ao vivo, "Hebe Mulher e Amigos, com duas apresentações, uma em São Paulo, no Credicard Hall em 27 de outubro e outro no Rio de Janeiro, no Citibank Hall em 24 de novembro. No show, a apresentadora recebeu diversas personalidades da música brasileira como Fábio Jr., Daniel, Leonardo, Maria Rita, Paula Fernandes, Chitãozinho e Xororó e Bruno e Marrone, os quais entrevista em um sofá, como se estivesse em seu programa de auditório. Hebe Camargo no SBT. Doença e morte Em 8 de janeiro de 2010, Hebe foi internada no hospital Albert Einstein, na Cidade de São Paulo. Informações preliminares adiantavam que ela passaria por uma cirurgia para a retirada de um tumor no estômago. Um boletim emitido posteriormente pelo hospital divulgou que Hebe foi submetida a uma laparoscopia diagnóstica, que encontrou nódulos, atestando ser um tipo raro e de difícil tratamento do câncer no peritônio. O resultado da análise confirmou a existência de um tumor primário na região. Em junho de 2012, Hebe foi internada para ser submetida a uma cirurgia de retirada da vesícula biliar. Em julho de 2012 foi novamente internada por motivo não divulgado oficialmente. Por volta das 16h30min de 13 de dezembro de 2010, ao final da gravação do especial de Reveillon de seu programa no SBT, Hebe, a apresentadora, pegando a todos de surpresa, leu uma carta de próprio punho para seu auditório e público informando que aquela foi a sua última atuação como funcionária do SBT. Estava ela se despedindo da emissora de Silvio Santos depois de 24 anos. O contrato dela com o SBT venceria no dia 31 de dezembro, mas diante disto Hebe confirma que não deve mais renovar com a emissora do "Baú". O último programa de Hebe Camargo no SBT foi ao ar em 27 de dezembro de 2010. Dois dias antes de anunciar a saída do SBT, no dia 11 de dezembro, Hebe, com permissão do SBT, gravou com o apresentador Fausto Silva o Domingão do Faustão, da Rede Globo, onde recebeu uma homenagem (este programa foi ao ar no dia 26 de dezembro de 2010). Após sua saída do SBT, ela assinou contrato com a RedeTV! em 15 de dezembro de 2010 para receber 500 mil reais por mês mais 50% de todos os merchandisings, estreando na emissora em 16 de março de 2011 ocupando o terceiro lugar na audiência na Grande São Paulo. O programa possuia o mesmo formato do seu programa na antiga emissora sendo exibido ás terças-feiras. Segundo a o site Radar online da revista Veja a emissora estaria propondo aos seus funcionários uma diminuição para a renovação dos contratos pela metade do salário. Em 24 de agosto de 2012 a colunista do jornal Folha de S. Paulo Keila Jimenez publicou que após a apresentadora ter reclamado dos atrasos de salários pela emissora a equipe de seu programa havia sido desmanchada. Após várias especulações sobre a ida da apresentadora de volta para o SBT o colunista Flávio Ricco do portal UOL intitulou a matéria de "Hebe Camargo está de volta ao SBT", sobre o retorno a sua antiga "casa", o que foi desmentido pelo agente da apresentadora. A confirmação da rescisão do contrato com a RedeTV! saiu dois dias após em 17 de setembro. A última exibição do programa Hebe na RedeTV! ocorreu no dia 25 de setembro de 2012 em uma edição especial de despedida da emissora. Dois dias após a exibição do especial o SBT anunciou a volta da apresentadora a casa. Hebe morreu em 29 de setembro de 2012, em São Paulo aos 83 anos após sofrer uma parada cardíaca de madrugada, enquanto dormia. Vida pessoal Foi casada duas vezes. Seu primeiro matrimônio foi com o empresário Décio Capuano. Ele foi o segundo namorado de Hebe e estavam morando juntos havia 15 anos. Hebe se casou no civil e na igreja em 14 de julho de 1964, de vestido rosa, pois, por tradição da época, a noiva que não fosse mais virgem não poderia usar branco e Hebe também já tinha 35 anos, ela achava feio se casar como uma jovenzinha. No mesmo ano descobriu que estava grávida. Em 20 de setembro de 1965 deu à luz um menino, a quem batizou de Marcello de Camargo Capuano. A criança nasceu de parto normal, na Maternidade São Paulo, na Cidade de São Paulo, em um parto prematuro de 8 meses. Décio era muito ciumento, não aceitava a carreira de Hebe, tanto que ela interrompeu por 1 ano até voltar às rádios e tvs. No período que morou com Décio, antes de se casar oficialmente, Hebe engravidou duas vezes mas sofreu aborto espontâneo. O marido e ela brigavam muito, e ele a acusava de estar trabalhando demais na televisão, querendo que ela parasse de atuar na TV, e a acusava de ser a culpada pelos dois abortos sofridos, porque trabalhava demais. Depois de casada e conseguir ter seu filho, o jeito do marido não mudou, se tornando infeliz no casamento. Não aguentando a oposição do marido a sua carreira e a crises conjugais, Hebe saiu de casa levando o filho do casal em 1971, e se divorciaram no mesmo ano. Morando sozinha com o filho Marcello, conheceu o empresário Lélio Rvagnani. Eles começaram a namorar e em 1973 casou-se com Lélio, que ajudou-a a criar seu filho, mesmo o pai indo vê-lo as vezes. Hebe e Lélio viveram um casamento feliz por 29 anos, até a morte dele, em 2000. Em uma entrevista a revista Veja, declarou que aos 18 anos, em 1947, na sua primeira relação sexual, engravidou do seu primeiro namorado, o empresário Luís Ramos, um homem mais velho e experiente em conquistas. Tomou essa decisão pelo fato que ele a traía constantemente, os dois viviam brigando, e por ser vergonhoso para os pais terem uma filha mãe solteira. A situação piorou quando Hebe foi abandonada grávida por Luíz. Sem alternativas, com medo de ser expulsa de casa e com pena dos pais pelo vexame que passariam de ter uma filha sem marido e com filho, um dia, sem contar a ninguém, decidiu fazer um aborto, indo a casa afastada que fazia esse tipo de procedimento. Hebe relata que o aborto foi sem nenhum tipo de anestesia, a fazendo gritar de dor, por causa do corte na hora de tirar o feto. Isso a fez sofrer muito. Ao sair de lá, continuou mal e demorou por meses para se recuperar, sentindo dores e hemorragias. Hebe acabou mentindo para os pais, escondendo tudo deles e dizendo que estava bem, somente com cólicas. Passou a tomar remédios e mais remédios escondida, sem orientação médica, e por milagre não faleceu ou teve sequelas, sarando sozinha. Apesar de tanto sofrimento físico e emocional, Hebe diz que não se arrependeu desse ato, que fez isso na hora certa. Não poderia ter um filho naquela época, afirmou.

Morre Hebe Camargo

Morre Hebe, a brasileira que tinha muito mais que um milhão de amigos
O Brasil perdeu uma de suas celebridades mais queridas neste sábado (29). Hebe Camargo, a mais popular apresentadora da televisão brasileira, morreu aos 83 anos, perdendo a luta contra um câncer diagnosticado em janeiro de 2010. Hebe estava afastada da TV desde junho, quando passou por sua terceira cirurgia em dois anos, mas tinha anunciado o retorno nesta semana, após assinar contrato com o SBT . A apresentadora morreu nessa madrugada em sua casa, no Morumbi, em São Paulo, em decorrência de uma parada cardíaca. Nunca houve uma mulher como Hebe. E nem era o caso – afinal, já havia ela, desde que a televisão foi inaugurada no Brasil. Foram mais de 50 anos no ar. Sem a risada de Hebe e os cabelos loiros que essa morena de origem assumiu pela vida toda, a programação da TV perdeu para sempre parte do brilho, do humor, da autenticidade e da alegria. “A vida é uma e a gente tem que saber viver os momentos da melhor maneira possível”, dizia ela. Este é um dia triste para todos os brasileiros. NASCIDA EM 8 DE MARÇO A artista mais famosa do Brasil nasceu - por coincidência ou predestinação – no dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. O ano era 1929, na cidade de Taubaté, interior de São Paulo. Na década de 1940, mudou-se para São Paulo com seus pais: a dona de casa Esther e o violinista de cinema mudo Segesfredo Monteiro de Camargo. O começo foi duro, e Hebe chegou a trabalhar como empregada doméstica. Siga o iG Gente no Twitter e receba notícias dos famosos em tempo real CARMEM MIRANDA COVER Atrás do sucesso como cantora, Hebe participou de vários programas nas rádios paulistas, imitando Carmem Miranda. Depois montou uma dupla com sua irmã: Rosalinda e Floribela, e ficou conhecida como “estrelinha do samba”. A parceria durou pouco tempo. Em seguida, Hebe criou um quarteto musical com a irmã e duas primas, outro arranjo que logo se desfez, conforme as mulheres foram se casando – todas, menos Hebe. Na década de 1950, cantando na TV Tupi, sua carreira de cantora deslanchou. Foi convidada pelo empresário Assis Chateaubriand para cantar o “Hino da Televisão” na primeira transmissão ao vivo da TV no Brasil, mas teve de faltar e foi substituída porLolita Rodrigues. As duas foram amigas por muitas décadas. MAIS TEMPO NO AR Em 1958, estreou como apresentadora de seu próprio programa, “O Mundo é das Mulheres”, no canal 5, TV Paulista. Ficou no ar até 1964, quando abandonou a TV temporariamente para se casar com o empresário Décio Capuano, com quem teve seu único filho: Marcello Camargo, nascido no mesmo ano de seu casamento. “O Décio me esperava na porta das emissoras onde eu trabalhava, seguia o meu carro e assim foi me conquistando. Começamos a namorar e eu gostei dele, era um homem muito bacana e de bom caráter. Porque eu era artista, o pai dele exigiu que eu assinasse um documento abrindo mão dos bens do Décio. E eu assinei, mesmo porque eu não casei com ele por interesse. Na época, eu já tinha dinheiro, viajava fazendo shows. Quando o Décio ficou muito doente, ele dependeu absolutamente de mim. E, lamentavelmente, ele se foi. Foi puro amor mesmo. Eu até parei de trabalhar, mas depois voltei para a televisão”, contou ela. A partir de 1966, consagrou-se com as entrevistas informais e desde então permaneceu trabalhando, tornando-se a apresentadora brasileira que esteve mais tempo no ar. CABELOS LOIROS Originalmente morena e de sobrancelhas grossas, Hebe se identificou completamente com os cabelos loiros. Ela mesma contava como tinha sido a sua transição. “A primeira vez que fui para Nova York foi com o Décio. Comecei a ver aquelas mulheres loiras e as achei lindas. Quando cheguei ao Brasil, passei água oxigenada na parte de cima e comecei a gostar. Depois, fui no salão tingir o cabelo e gostei. E, ele (Décio) também gostou. Isso faz 503 anos (risos). Uma vez, eu tingi de escuro, mas não me acostumei. Olhava no espelho e dizia que aquela não era eu. Tingi de loiro de novo.” COLEÇÃO DE SELINHOS Hebe passou por várias emissoras nacionais – da extinta TV Tupi à TV Bandeirantes. No SBT, onde ficou 24 anos, comemorou em 22 de abril de 2006 seu milésimo programa de TV. Em janeiro de 2010, foi diagnosticada com câncer no peritônio e passou pelo primeiro tratamento quimioterápico, quando ficou internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em março, Hebe voltou à ativa na emissora deSilvio Santos, num programa especial em comemoração ao seu aniversário, que teve a participação de Ana Maria Braga e Xuxa. Desde 2011, fazia parte do elenco da Rede TV!, onde o “Programa da Hebe” era exibido nas noites de terça-feira. Além do sofá e do bordão “que gracinha!”, Hebe transformou em marca registrada os selinhos que alegremente dava em seus entrevistados, homens ou mulheres: Roberto Carlos, Daniel Boaventura, Leonardo, Jude Law, Ivete Sangalo, Julio Iglesias, Neymar, Patrick Dempsey, entre outros, não escaparam do carinhoso carimbo de Hebe. PAIXÃO PELAS JOIAS Dona de uma coleção exuberante de jóias, Hebe garantia que todas tinham sido presentes dela para ela mesma. “Sempre gostei de jóias. Quando eu não podia comprar a de verdade, eu comprava a imitação. Todas fui eu que comprei, com o meu dinheiro. Não tenho joias que ganhei de marido, de amante. Quer dizer, de amante tem (risos). Eu comprei todas as minhas joias.” FLERTANDO COM A MÚSICA Em 2009, Hebe se envolveu em três aventuras musicais. Participou do show “Elas Cantam Roberto”, quando foi gravado DVD em que várias cantoras homenageiam o Rei. No final da apresentação, Roberto entrou em cena, no Teatro Municipal de São Paulo, e engrossou o coro feminino declarando: “Eu quero ter um milhão de amigos”. Hebe lançou também o CD “Hebe Mulher”, com regravações de grandes nomes e participações especiais: Roberto Carlos retribuiu a gentileza cantando “Você não Sabe”, e Daniel Boaventura “El Dia que me Quieras”. Em outubro do mesmo ano, Hebe gravou ainda um DVD com participação de vários artistas, como Fábio Jr., Leonardo, Daniel, Chitãozinho e Xororó, Bruno e Marrone, Maria Rita e Gilberto Gil. Em dezembro, homenageada pela Rede Globo, foi ao “Domingão do Faustão” e deu um selinho em Bruno Gagliasso. O ÚLTIMO PROGRAMA DA HEBE Desde junho passado, a apresentadora ficou afastada da televisão - e não tinha previsão de voltar ao ar. O “Programa da Hebe” estava suspenso da programação da Rede TV! até que Hebe tivesse condição de retomar a rotina. Nos bastidores, dizia-se que ela já estaria negociando o fim de seu contrato com a emissora. Amigo de longa data e ex-patrão, Silvio Santos queria Hebe de volta no SBT. E Hebe não planejava mais se casar, como declarou em março deste ano, no programa que comemorou seu aniversário de 83 anos. “A essa altura da minha vida, o melhor é estar sozinha. É uma delícia estar na minha casa, eu durmo se quiser, se não quiser eu não durmo. Se eu tiver que sair, eu vou e acabou. Se eu tivesse alguém hoje, seria um conhecido, um amiguinho. Mas marido? Nem pensar.”

terça-feira, 5 de junho de 2012

SER ARTESÃO É arte de criar pensando no alegrar. É transformar sonhos em verdadeiros contos. É pensar no inusitado sem temer ser rejeitado. É ver na beleza da vida a inspiração necessária para uma nova criação. É ter fé na criação e depois ouvir os aplausos da multidão. É contemplar o esforço sem perder o foco. É ser diferente perante a sociedade, sem perder a humildade. É desenvolver o inacreditável, acreditando no impossível. É profetizar através da arte a essência da sua verdade. É usar com graciosidade suas ferramentas, manuseado-as com originalidade. É amar... Pessoas, paisagens, belezas naturais e a criatividade oriunda da sua personalidade É sonhar... O impossível e o belo consolidado em peça única e rara. É acreditar... Na virtude humana, na sabedoria divina e na beleza natural, tendo a paz interna sua maior glória. É prosperar... Em sentimentos, na felicidade e na vida, visualizando o futuro o seu maior triunfo. "Ser artesão é amar com a imensidão dos céus o belo, a novidade e o inacreditável através das ferramentas do coração, sempre pensando no alegrar daqueles que admiram a dádiva da vida" Autor: Walber Nunes

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mulher....

Feliz dia da Mulher!!!!!


Esteve nos primórdios da criação
Dizem até, que fez cair Adão
Que inocente, comeu o fruto da sua mãoNão sei se foi pêra, maçã ou mamão
Se era gostosa, ou não
Mas sei que a mulher
É especialista em sedução
Banida do paraíso
Se aproveitou da situação
Do tal fruto tirou a semente
E organizou a produção
Criou a agricultura
E dominou a situação.
Surgiu o matriarcado.
Para quem nasceu de uma costela
Veja só que ascensão!
De reles companheira
A líder de nação.
Mas na roda da história
Havia uma conspiração
Para reduzir a mulher
À função de procriação
Surgiu a propriedade
E a economia mercantil
O controle da situação
O homem reassumiu
O patriarca era o tal
Botava muita moral
Subjugou a mulher
Numa sociedade patriarcal
Mas para complicar a historia
Veio a revolução industrial
E a emancipação da mulher
Se tornou questão de ideal
Entrou no mercado de trabalho
Mas veja só que contradição!
A mulher saiu de casa
Mas continuou a exploração
Saiu das garras do marido
Caiu na unhas do patrão
De explorada doméstica
À operária explorada
A exploração na verdade
Ficou mais sofisticada
Não demorou muito tempo
Veio a insatisfação
E o movimento feminista
Ganhou nova razão
Melhoria nos salários
Igualdade na produção
A fogueira de sutiãs
Marcou a revolução
De carona nas mudanças
Veio a liberdade sexual
Mudou tanto o negócio
Que surgiu novo conceito de casal
E a pílula anticoncepcional
Recebida com tanta alegria
O que a mulher não imaginava
É que teria que tomá-la todo dia
O tão sonhado casamento
Também perdeu lugar
Foi logo substituído
Por um tal de “ficar”
O que a mulher não sabia
É que a novidade não ia durar
É só passar dos vinte
Só pensa em casar
Discriminada, violada, constrangida
A mulher segue na luta
É seu projeto de vida
Continuar o legado
De tantas que deram a vida
De Olgas a Madres de Calcutá
Diante de tantas vitórias
Não se pode questionar
São vencedoras
Conquistaram seu lugar
Domésticas, empresárias, camponesas,
Professoras, e tantas outras, tantas opções
Podem ser o que quiser
Mas em meio tantas mudanças
Surgiu um novo dilema prá mulher
Precisa redescobrir quem é.


Autor: Márcio Ribeiro Matos

sábado, 3 de março de 2012

No Tempo da Minha Infância

(Ismael Gaião)

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal (…)

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração (…)

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria (…)

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos (…)

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão (…)

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pegava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar

Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia (…)

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez.